Videogames ao seu dispor

Epah, uma verdadeira viagem pela memória dos videojogos.
Estes brasileiros encontram de tudo, são os reis da net e quando um gajo quer alguma coisa escrita em português, é a eles que tem que recorrer.
Faz-me pensar se vale a pena tantas reticências face ao acordo ortográfico quando são eles quem põe a nossa língua no mundo!

Back to subject, encontrei aqui grandes clássicos. Desde coisas como o Duke nuke'em, blue brothers, prince of persia, trasport tycoon, ignition e gta2...É so chegar lá e fazer o download do ficheiro!
Fiquei maravilhado e sem dúvida que foram esses "videogaimis" que me salvaram de morrer de tédio enquanto a minha rotura ligamentar da tibio-társica me impunha a horizontalidade do membro inferior direito! =P

MESA e eu pelo meio


Os MESA são um grupo musical portuense, tipicamente nortenho, no tom forte e na melodia aveludada do jazz. As suas letras vagueiam entre metáforas complexas e imperceptíveis e a narração profunda de sentimentos, e são sem dúvida fruto da escola de vida artística e literária em que a vocalista Mónica Ferraz cresceu.

Nascida na Invicta, começou na dança, passou pelas objectivas da moda e vive hoje na música. Num projecto que lhe caiu à frente e que agarrou com unhas e dentes, os MESA contam ainda com a colaboraçao de João Pedro Coimbra, outro portuense, outro homem do Jazz.

Uma coisa que me fascina são as escolas de Jazz. Será possível amar o Jazz e aprender o Jazz? Ou é preciso já ter/ser o Jazz para aprender? Gostava de um dia ter entrado na Escola de Jazz do Porto, onde andou a Mónica, ter-me chegado à senhora da secretaria e, enquanto lhe lançava um sorriso maroto, pedia-lhe que me inscrevesse para aprender Jazz, já que é isso que se faz nas escolas. Agora já não vou a tempo, porque estou numa ilha.
...Aliás, uma ilha que fez muito bem à Mónica Ferraz pois foi no Festival de Jazz do Funchal (na Quinta Magnólia, logo ali a seguir ao Hospital) que, consta, a crítica lhe caiu aos pés numa das suas primeiras grandes actuações.

Os MESA têm três discos editados. Aquele que ouvi melhor foi "Vitamina" de 2005. Os singles "Vício de Ti" e "Arrefece" são de facto envolventes. E ajustam-se tão bem tantas vezes. O mais recente album, editado este ano, recebe o nome de "Para todo o mal" e têm-me adoçado o ouvir (sendo "ouvir" um substantivo nesta frase) no myspace da banda. Talvez o compre um destes dias. Escutem "Boca do Mundo Chama" e "Estrela Carente". É por causa de músicas como as deste parágrafo que ainda acredito na música portuguesa de qualidade, apesar de tudo. A rádio têm-nos bombardeado com cantares portugueses mas, quanto à qualidade....nem por isso. Não vou nomear... *tossenovadoandresardetosse*

Bom, a fechar. Outra coisa gira que descobri no myspace, foi este projecto, o UpA! Unidos para Ajudar. Nele, diversos artistas portugueses (ex: Tiago Bettencourt, Camané, Jorge Palma, Clã, Mariza) juntam-se em duetos para uma boa causa. O layout do site é espectacular e Mónica Ferraz reencontra Reininho em mais um tema, depois do brilhante "Luz Vaga". Brilhante e imbatível no género. Pena que quase ninguém conheça a música bem o suficiente no meu grupo de amigos, razão pela qual é das poucas músicas que poderia ganhar no singstar e não ganho...
  • Gosto dos MESA porque são o meu estilo. Aquele jazz não barulhento, que aquece por dentro mas que faz bater o pé. Aquele chill-out não interminável que nos faz amar a meia luz. Que dá vontade de saber as letras todas e cantar e ver concertos ao vivo em pequenas salas bonitas como o Theatro Circo em Braga ou num dos muitos espaços no Porto que ainda acreditam na música. Gosto dos MESA porque me fazem sentir coisas, obrigam-me a ir buscar sentimentos e pensamentos e trazê-los ao nível da sensação. Gosto de poder visualizar as letras e gosto da voz tranquila da Mónica Ferraz. Gosto de os ouvir no meu carro. E, coisa rara hoje em dia, gosto de os ouvir em casa sem estar a fazer um milhão de coisas com música de fundo.

Começar 2.0

Um ano, dois posts. Triste, triste homem. Devia ter tido vergonha e apagado de vez o blogue, mas preferi manter essas duas "lembranças".
Um ano, e dois angulos. Triste, Triste homem. De novo. Descobri algo que não gostei e contra o qual vou lutar: tenho em mim escondida a alma de um homem fácil de contentar, com um cérebro embrutecido e que contamina a minha sanidade mental (a minha outra).

Descobri que, enquanto estou na ilha, sou diferente. Durante muito tempo, recusei-me a acreditar nesse facto, mas o regresso a casa foi pródigo em revelações. Pensei que, entrando em Medicina, tinha tudo. Curso, amor, amigos, família. Tudo a bater certo. E com uma vida nova, nada me podia escapar. Devia ter tido mais cuidado nos caminhos que segui. Porque a noçao de "vida nova" vem ligada à substituiçao da vida que se deixou para trás. Uma pessoa, uma vida.

Errado. Não se deixa para trás uma bagagem tão grande como vinte anos de vida. "Vida nova" teria que ser uma que se encaixasse nessa, e não uma substituição. Não percebi isso a tempo. E de repente, vi-me com duas vidas para gerir. Madeira, pérola do atlântico, onde vive o Manel despreocupado, sozinho no mundo, vive para os amigos, para a faculdade, para um universo pequeno e restrito e simples. É um Manel feliz.

E é egoísta, e vazio, e simplório, e preguiçoso e só. Dá-se bem com isso porque não pensa nisso. São muitos, os estímulos disparados de todas as direcções que fazem com que pensar seja relegado para a noite, na cama, a olhar pro tecto. Mas o cansaço ao fim do dia é tanto que até esse clássico momento em que cada um se vira para si é substituido pelo sono.

Cansei-me disso. Cansei-me porque não quero mais ser egoísta, para o resto do mundo e para mim. Este blog é o reflexo disso. Durante um ano, fiz dois posts. O primeiro, quando ainda era o velho Manel. O segundo, num momento de lucidez raro. Quero mudar. Quero pensar mais, quero sentir mais, quero sofrer mais a distância dos que me são queridos para poder amar mais a cada reencontro. Quero escrever sobre cinema, sobre música, e sobre mim. Quero mandar nos meus dias, e não esperar que eles mandem em mim, por fácil e agradável que seja.

Tal como no romance de Stevenson que me inspirou a mudar o blog, sinto que, querendo o bem, criei em mim uma dimensão paralela com que me dou mal. Mas da mesma forma que Jekyll lidou com Hyde, também eu me hei-de safar.
Uma vida simples, nas mãos de um homem complexo, dá mais problemas do que seria de esperar. Resolvê-los é a tarefa que tenho em mãos.